Campanha “Doe Autoestima” da Associação Evangelizar É Preciso entra na reta final
Acessórios
e mechas de cabelos arrecadados até 31 de outubro serão doados para
pacientes atendidas pela Associação Amigas da Mama
Depois
de dois anos de interrupção em função da pandemia, a campanha “Doe
Autoestima”, da Associação Evangelizar É Preciso em parceria com a
Associação Amigas da Mama (AAMA), foi retomada neste Outubro Rosa. A
ação solidária e informativa tem o objetivo de sensibilizar a sociedade
sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer que
atinge principalmente o público feminino e também mobilizar a comunidade
para apoiar as mulheres em tratamento.
Até
o dia 31 de Outubro, a campanha arrecada doações de mechas de cabelos,
perucas, lenços, chapéus e acessórios diversos, além de cosméticos, que
contribuem para preservar a autoestima das pacientes. As doações devem
ser entregues na recepção da Obra, na Praça Senador Correia, 55, no
Centro de Curitiba.
A
ação reforça a campanha do movimento internacional de conscientização
para a detecção precoce do câncer de mama, o Outubro Rosa, criado na
década de 1990. Tipo mais letal de neoplasia entre mulheres, a
incidência do câncer de mama aumentou 7% no Paraná em 2021, se comparada
ao número de novos casos registrados no ano anterior, que passou de
3.313 para 3.541. Os dados são do Ministério da Saúde, reproduzidos no
site oficial do Governo do Paraná.
Com
o isolamento da pandemia e a diminuição da busca por exames
diagnósticos, as autoridades de saúde alertam, ainda, para uma provável
subnotificação nos dados dos últimos dois anos e apontam para a
possibilidade de que os levantamentos ao final de 2022 revelem alta de
casos em estágios mais avançados, devido ao atraso na identificação da
doença.
Estima-se
que surgiram cerca de 2,3 milhões de novos casos em todo o mundo no ano
de 2020, o que representa 24,5% de todos os tipos de neoplasias que
acometeram mulheres nesse período de tempo. Em 2021, foram estimados
para o Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA),
66.280 novos casos da doença, uma taxa de risco de 61,61 casos a cada
100 mil mulheres e índice de mortalidade em torno de 14,23/100 mil
mulheres. O risco é maior entre as moradoras das regiões Sul e Sudeste
do país.
Parceria afetuosa - A
preocupação constante com a saúde e o bem estar das mulheres, estejam
em tratamento do câncer ou não, e o esforço no controle da doença são
fatores que motivam e fortalecem a parceria entre a Associação
Evangelizar É Preciso e a Amigas da Mama a cada ano. “É um gesto de
carinho e de sensibilidade para elevar a autoestima das mulheres nesse
momento tão desafiador, bem como ajuda a reforçar a compreensão sobre a
importância do autocuidado e da prevenção a uma das doenças que mais
atinge as mulheres no mundo”, diz a coordenadora de Projetos Sociais da
Obra Evangelizar, Juliane Gonçalves.
A
fundadora e voluntária da AAMA de Curitiba, Gladys Haluch, também
destaca o caráter diferenciado da parceria e lembra que, além das
doações em si, a ação representa um chamado para a conscientização pela
difusão do tema e das informações sobre cuidados pelos meios de
comunicação de massa. “Já gravamos vídeos, veiculamos programas e
entrevistas realizadas nos estúdios de rádio e de TV e participamos da
Missa que acontece sempre na primeira terça-feira do mês com o Padre
Reginaldo Manzotti. Toda essa visibilidade aumenta o alcance da nossa
mensagem”, ressalta. “É uma somatória de gestos, dedicação e esforços
que resultam na atenção e no cuidado à saúde da mulher”, completa.
Em
2022, até o fim do mês de setembro, a AAMA atendeu 2.246 pessoas, sendo
165 novos casos, o que representa uma média de oito novos casos por
mês. A ONG estima que, até o final do ano, cerca de 3.200 pessoas sejam
assistidas pelo corpo de voluntariado, formado por profissionais de
diversas áreas, como advogadas, psicólogas, massoterapeutas,
fisioterapeutas, cabeleireiras e terapeutas de reiki, que atuam também
na confecção de artesanato e com canto coral. No período da pandemia, a
procura pelos atendimentos foi menor, se comparada com a assistência
prestada em 2019, quando foram registrados 4.900 atendimentos totais.
Beleza e generosidade em cada detalhe - Meraci
Ana Galeli é uma das 780 presenças de voluntários da Associação Amigas
da Mama em Curitiba. A rotina na ONG começa cedinho: ela faz o café,
arruma a mesa, prepara uma pipoca e faz “um pouco de tudo”, como diz.
Também recorta lacinhos cor de rosa para distribuir nas atividades do
mês de outubro e azuis, para, no mês de novembro, conscientizar os
homens da necessidade do autocuidado relacionado à saúde e ao câncer de
próstata. Quem conhece a Meire, como é carinhosamente chamada pelas
demais voluntárias e assistidas, aponta como uma das características
suas emprestar “beleza e generosidade em cada detalhe de tudo o que
faz”.
A
voluntária teve seu primeiro contato com a AAMA há cerca de quatro
anos, na condição de assistida. Ela conta que descobriu o câncer em 2017
e que entrou em desespero com o diagnóstico. A nora, que morava na
época na Paraíba, decidiu vir para Curitiba a fim de acompanhá-la. A
partir da indicação de uma amiga, conheceram os trabalhos das
voluntárias “amigas da mama”. “No começo foi difícil encarar aquela
realidade, mas sempre que conversava com ‘aquelas meninas maravilhosas’,
até me esquecia do problema”, lembra.
A
paciente começou a frequentar o Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e
de Jesus das Santas Chagas e a conversar uma vez por semana com as
psicólogas da Associação. “Não adiantava ficar em casa chorando, pois de
nada ajudaria”, diz. O momento mais marcante daquele período inicial de
tratamento, segundo ela, foi quando teve de raspar a cabeça. “Foram
essenciais os apoios psicológico e espiritual. Encontrava na ONG e na
igreja uma soma de paz, dedicação e amor, por isso, resolvi retribuir e
passei de assistida a voluntária”, diz Meire. “Quando conto para outras
mulheres que buscam a AAMA que estou em tratamento há quase cinco anos,
percebo que isso acende uma luz de felicidade no semblante delas. É
gratificante retribuir o que recebi quando mais precisei de conforto”,
acrescenta e conclui: “Ser voluntária é um ato de amor”.
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