A campanha de prevenção ao suicídio, conhecida nacionalmente como Setembro Amarelo, tem um viés diferente neste ano, no Paraná: a ampliação da oferta de medicamentos gratuitos para a saúde mental disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), com investimento que soma R$ 30 milhões por ano, considerado o maior investimento em saúde mental das últimas décadas. A conquista, oficializada pelo secretário estadual de Saúde, Beto Preto, que não mediu esforços para tornar realidade este sonho da psiquiatria, foi concretizada durante a XVI Jornada Paranaense de Psiquiatria, em agosto, evento anual promovido pela Associação Paranaense de Psiquiatria (APPsiq), principal articuladora do projeto.
“Essa conquista representa o respeito e o cuidado com os portadores de doenças mentais, oferece melhores e indispensáveis condições para que nós, psiquiatras, possamos exercer nosso trabalho com dignidade, garantindo mais qualidade e acesso no cuidado aos pacientes. Só podemos agradecer ao secretário Beto Preto, que é médico e conhece como poucos os gargalos do SUS”, ressalta o médico psiquiatra Júlio Dutra, presidente da APPsiq, uma das articuladoras da medida. “Mais do que um documento assinado, este ato simboliza um passo concreto em direção a uma saúde mental com qualidade, mais justa e acessível em nosso estado”, completa.
Entre os medicamentos, estão fármacos destinados ao tratamento de ansiedade, depressão e esquizofrenia. A expectativa é que no próximo ano esses remédios já estejam disponíveis no SUS. “Há décadas não existiam medicamentos novos para saúde mental no SUS. Esse trabalho da APPsiq junto à Secretaria Estadual de Saúde (SESA) irá trazer medicamentos novos e modernos e dará acesso ao tratamento de milhares de paranaenses em todas as cidades do estado. Há décadas a psiquiatria luta pelo direito do paciente acessar fármacos eficazes e, agora, este sonho se concretizou”, ressalta Júlio Dutra.

O presidente da entidade ressalta que o Paraná tem excelentes médicos psiquiatras, entretanto, os profissionais da saúde mental precisavam contar com bons e modernos medicamentos para utilizar em seus tratamentos. “De nada adianta termos os mais gabaritados psiquiatras. Se não tivermos bons medicamentos, não teremos bons tratamentos. A partir do ano que vem, no entanto, essa realidade muda porque os profissionais terão como receitar esses fármacos. Quem ganha é a população e as famílias de portadores de doenças mentais”, avalia o psiquiatra.
Júlio Dutra destaca que essa realidade que se concretiza a partir do bom entendimento do governo do estado do Paraná é um verdadeiro presente nas discussões acerca do Setembro Amarelo. “Tendo medicamentos novos e modernos para tratar as doenças emocionais, as chances de prevenirmos o suicídio são muito maiores. E isso é uma verdadeira vitória para o estado do Paraná, que, com certeza, trará benefícios para nossos pacientes e salvará muitas vidas”, diz.
Legenda: Foto 2: Alessandro Vieira/ Divulgação SESA;
Comentários