NICODEMO: A ANATOMIA PATOLÓGICA DOS JORNAIS DE CURITBA
Nicodemo: a anatomia patológica dos jornais de Curitiba
Há uma simbiose de fatores, fatos, eventos, histórias, famílias, documentos e registros abertos no tempo em Nicodemo - Obituário dos jornais de Curitiba, do jornalista e escritor paranaense, Adherbal Fortes de Sá Junior. Nicodemo era o nome do cadáver dado aos indigentes observados nas aulas de anatomia patológica do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e serviu de escopo para contar a quase épica e fatídica história do jornalismo, de repórteres e dos jornais da capital paranaense, ao longo de décadas, desde a fundação à morte comercial.
São histórias verdadeiras, personagens icônicos e próximos às crônicas inversas e até policialescas de Nelson Rodrigues. Adherbal Fortes tem maestria na escrita, traz um efeito atemporal dos fatos e apresenta a origem e o DNA do jornalismo e dos jornais curitibanos.
Nicodemo é um livro fascinante, inspirador e metódico também porque não esconde a história, mas cruza dados, traz relatos fiéis e apresenta o entrelaçamento perfeito entre informação documental, personagens variados, tendências, poder econômico, envolvimento político e distopias causadas com o tempo, a falta de gestão comercial, empresarial e o corte promíscuo das verbas com o fim e a necrose dos bons e antigos jornais de papel, tinta, cheiro característico, verdade e luta pela liberdade de expressão, em um época de ferro.
No concomitante, as histórias surgem como vidas cruzadas, personalidades da imprensa paranaense, jornais e jornalistas delatores da CIA, nomes proeminentes do jornalismo, de famílias “tradicionais” e da política ainda nos tempos atuais ou casos inusitados de uma época dura, mas ainda de ouro.
Casos e Fatos
Um dos casos mais emblemáticos narrados por Adherbal Fortes é sobre o extinto Diário do Paraná. Num trecho do livro, fica clara a relação política e ideológica aplacada pelo período, como nesta parte extraída da obra:
É fato: imprensa a serviço de interesses econômicos e ideológicos em Curitiba, aqui, no Paraná. Havia, então, um ponto de encontro e de relações com imperialismo, de acordo com a literatura exposta por Adherbal, em mais um cadáver descoberto pela verdade: o tradicional e afamado Restaurante Ile de France, em Curitiba. A ilha do imperialismo no centro do poder, do jornalismo e da capital paranaense.
Como Nicodemo era um cadáver exumado, o tempo do Diário do Paraná também sucumbiria apesar das artimanhas políticas.
“Em 1976, o Diário do Paraná de Assis Chateaubriand sucumbia em berço esplêndido na suntuosa sede erguida no Alto das Mercês para facilitar a transmissão da TV Paraná, Canal 6”, retrata Fortes de Sá Júnior em outro trecho da obra paranaense.
O ex-governador do Paraná e empresário de televisão, Paulo Pimentel, também foi fonte de inspiração e, quem sabe, um atrevimento jornalístico de Adherbal Fortes de Sá Junior, em outro trecho icônico narrado em Nicodemo. Descreve o autor, no livro com 368 páginas, lançado pela Telearanha Editora e impresso pela Editora Hellograf, ambas empresas curitibanas:
"Paulo era um trator - um trator novo. Tinha belos olhos por trás dos óculos de aro de tartaruga, físico de nadador e bom discurso. Conseguiu resolver em pouco tempo problemas de atraso nos salários, falta de sementes, pobreza de rebanho bovino. Importou gado indiano da raça nelore, apoiando os pecuaristas Celso Garcia Cid, que havia levado três anos (de 1957 a 1960), negociando de porto em porto, para trazer da Índia ao Brasil os nossos primeiros 112 zebuínos. Seu chefe de publicidade, Arnaldo Del Monte, transformou-o no Paulinho Nelore e atribuiu a ele o milagre da ressuscitação da pecuária do corte no estado."
Este é um breve pedaço marcante da história de Paulo Pimentel descrita em Nicodemo. Na época, o empresário paranaense e depois governador do Estado, ainda jovem, assumia o papel de secretário da Agricultura do Paraná, na gestão de Ney Braga no comando do estado, em 1960.
Por tudo isso e ainda mais, Nicodemo é, todavia, o médico legista da imprensa paranaense e, no decorrer das páginas desta obra emblemática, vários cadáveres e camadas do jornalismo curitibano são exumados com a verdade, documentos históricos, imagens icônicas, pesquisas em cartórios e delegacias, relatos impressionantes e um exímio cuidado com as palavras, meticulosamente tratadas e convertidas em um texto primoroso dedicado aos leitores, à imprensa e ao jornalismo brasileiro, por Adherbal Fortes de Sá Junior.
Onde adquirir o livro Nicodemo?
Você encontra essa e outras histórias peculiares do Paraná, do jornalismo e dos fundadores dos principais jornais da capital parananense, no livro Nicodemo - Obtuário sincero dos jornais de curitiba, escrito pelo conceituado jornalista e escritor Adherbal Fortes de Sá Júnior @adherbalfortes
Lembrando: Nicodemo já está disponível na plataforma virtual de venda e distribuição de livros @estantevirtual_oficial por meio do @sebogrimmhaus para quem deseja pedir um exemplar novo da obra.
O livro também pode ser adquirido na Telearanha Livraria, Editora & Café, @livraria.telaranha na Rua Ébano Pereira, 269 - Centro - Curitiba.
Serviço: Livro: Nicodemo - Obituário Sincero dos Jornais de Curitiba
Autor: Adherbal Fortes de Sá Junior
Editora: Telearanha - Site: Telaranha Edições
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