SELMA BAPTISTA NO UNIVERSO DOS CHOROS PARANAENSES

                                    CANTORA LANÇA SEU PRIMEIRO CD DIA 14 NO TEATRO DA CAIXA
      Selma Baptista, uma das vozes mais marcantes da cidade, ocupará o palco do Teatro da Caixa dia 14 de Dezembro, às 20 horas, para celebrar um acontecimento inédito na carreira de mais de 20 anos – o lançamento de seu primeiro CD “Choro encantado”, que foi possível graças Lei Municipal de Incentivo a Cultura de Curitiba, da Fundação Cultural de Curitiba e Incentivo da CAIXA. No show, Selma Baptista canta acompanhada de alguns músicos referenciais na cena do Choro na cidade: Vicente Ribeiro, direção musical e cavaquinho; Daniel Migliavacca, bandolim; Zélia Brandão, flauta; Vinicius Chamorro, violão de 7 cordas e Iê dos Santos, pandeiro. 
Embora reconhecida pelo talento e refinamento musical, a cantora entrou em estúdio inúmeras vezes para participar de discos de outros artistas e gravação de jingles, porém realizar um trabalho solo nunca fez parte de seus planos. Até o dia em que ouviu a sugestão do produtor Alvaro Collaço, durante uma conversa classificada por ela de “intelectual”, considerando-se que “somos duas cabeças pensantes”. 
     Desde o primeiro momento houve uma clara concepção do projeto: o registro de choros produzidos por compositores curitibanos (residentes na cidade) e que fossem de seu agrado. Foi descartado o didatismo histórico, mas ao final da seleção as músicas acabaram naturalmente se concentrando nos anos de 1970 e 1980, apesar da inclusão de outras mais recentes, a exemplo de “Choro suicida”, de Octávio Camargo e Alexandre França. 
     Outro diferencial do CD “Choro encantado” foi a escolha de cinco arranjadores  – André Prodóssimo, Daniel Migliavacca, João Egashira, Julião Boêmio e Vicente Ribeiro,– e instrumentistas atuantes na cena curitibana. A diversidade na autoria dos arranjos foi proposta de Collaço para tornar o disco mais rico pela somatória das características de cada um.
     
      Do jazz ao choro  
     Selma encanta os notívagos nas noites de Curitiba desde os anos de 1980, especialmente com suas interpretações jazzísticas. As jam-sessions das quais participou envolvendo renomados nomes da cena nacional, tornaram-se memoráveis. Inesquecíveis para muitos. Vale dizer que nem só de jazz Selma sustentou-se musicalmente. Apresentou espetáculos cantando samba, bossa-nova, choro, Tom Jobim, levando ao público ritmos e climas diversos. “Queria mostrar que sabia cantar outras coisas não só o jazz, mas por exemplo, quando fiz um show no Teatro do Paiol cantando a obra de Noel Rosa, nunca ninguém comentou.”
     A queixa deve-se à aura que ficou por Selma Baptista ter sido a primeira cantora a ter um trio de jazz na cidade, formada por Boldrini no contrabaixo, Tiquinho na bateria e Hildebrando Brasil no piano, no final dos anos 1980. Esta sua imagem como cantora de jazz  criou um distanciamento que a Selma nunca aceitou e sempre tentou romper. Basta acompanhar sua carreira musical que só não foi mais intensa porque dividia o tempo com outra de suas paixões: a carreira acadêmica, como antropóloga. 

    Choro encantado  
    Em “Choro encantado” há um passeio delicioso pela cidade cuja tradição do choro mostra-se intensa desde a primeira parte do século passado, e se estende até os dias atuais. 
     Nos treze números selecionados as letras dão uma conotação que se mostra deliciosamente curitibana, como no exercício histórico de Paulo Vítola ao pinçar nomes como “Rua da Cadeia”, “Rua da Carioca”, “Travessa das Casinhas”, sepultados pelo tempo, que deram vez aos endereços atuais. A música é do parceiro Marinho Gallera (“Choro de rua”). 
     O bar Dizzy (referência ao lendário trompetista Dizzy Gillespie) que serviu de cenário para um caso de amor, batizou uma das composições e o saudoso Bar do China, que existiu nos áureos tempos do Teatro do Paiol, também faz parte do roteiro. Em “Choro suicida”, retrato de fortes cores locais, até mesmo o locutor de programas policiais Ali Chaim, teve participação especial.
     Com todos esses elementos, Selma Baptista sentiu-se à vontade naquilo que ela chama de “prosódia curitibana”. “É um disco de muita liberdade. Imito papagaio, faço referências, dei voz a uma polaca, enfim, brinquei comigo mesma num desprendimento total. Mas não fiz isso para mostrar técnica vocal. Com este CD deixo uma homenagem ao choro cantado”, resume.

Serviço: Apresentação de Selma Baptista, lança Cd “Choro Encantado” em 14 de Dezembro, ás 20 horas. Realização de Alvaro Collaço Produções e Design Próprio Produções (Elis Ribeirete), projeto realizado por meio do Programa de Apoio e Incentivo a Cultura, da Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba e Incentivo da Caixa Econômica Federal. Ingressos a R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). podem ser adquiridos na bilheteria da Caixa Cultural, na Rua Conselheiro Laurindo, 280. Informações pelo telefone (41) 2118-5111.

Comentários

Selma Baptista disse…
Bem... embora suspeita para comentar...( rsrsr) quero deixar aqui meu agradecimento por uma das matérias mais bem escritas que já li até hoje sobre mim mesma...rsrsr
Li e senti como se não fosse eu ( ! )... o que demonstra a categoria da narrativa!
Obrigada.
Mesmo!

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