MOMENTO SAÚDE E BEM-ESTAR: Cirurgia robótica no combate ao câncer de próstata

MOMENTO SAÚDE E BEM-ESTAR: Cirurgia robótica no combate ao câncer de próstata

O câncer de próstata é o câncer mais comumente diagnosticado em homens – excluindo os cânceres de pele não melanoma – e também é o segundo tumor que mais mata os homens, atrás apenas do câncer de pulmão. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima para este ano cerca de 65 mil novos casos de câncer de próstata. Apesar desses dados, mais de 90% dos pacientes portadores deste câncer tem chance total de cura, desde que sejam diagnosticados no início. Por esta razão, a SBU recomenda o check-up anual dos homens a partir dos 50 anos ou aos 45 anos caso haja histórico familiar da doença.

O tratamento do câncer de próstata depende muito de circunstâncias individuais. Para muitos homens com doença inicial ou de muito baixo risco, o tratamento pode ser apenas o acompanhamento, conhecido também como Vigilância Ativa. Porém, a maioria dos cânceres de próstata encontra-se em estágio intermediário ou avançado, quando se faz necessário o tratamento, objetivando a cura através de cirurgia e/ou radioterapia”, ressalta o uro-oncologista Leonardo Welter, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP.

Avanços tecnológicos para o tratamento do câncer de próstata visam promover maior qualidade de vida ao paciente e entre eles está a Cirurgia Robótica, que tem como objetivo a retirada total da próstata. “Durante muito tempo se difundiu a ideia de que a cirurgia da próstata causava perda de ereção. A medicina avançou muito na área cirúrgica, dispondo hoje em nosso arsenal a Cirurgia Robótica, que visa a combinação de cura do câncer com a retirada total da próstata associada à preservação parcial ou total das funções de ereção e controle da urina, além de abreviar o período de recuperação e promover o retorno às atividades cotidianas com brevidade”, cita o urologista.

Como é a remoção cirúrgica da próstata
Uma das plataformas mais conhecidas no mercado é o robô Da Vinci ®, uma homenagem a Leonardo da Vinci que desenhou os primeiros protótipos de braços robóticos ativados por polias, semelhante ao que é usado até hoje. O robô cirúrgico é um dispositivo computadorizado que é controlado por um médico cirurgião que deve ser certificado com treinamento específico para cirurgia robótica. O cirurgião utiliza um console, parecido com um simulador de voo, que possui manoplas onde os movimentos feitos pelo cirurgião serão reproduzidos a outra parte do robô que possuem os braços robóticos que entram em contato com o paciente. No console, o cirurgião pode ver a área de operação em uma tela, com uma visão 3D que pode ser ampliada até 10 vezes, e também se comunica com a equipe via microfones. Ao lado do paciente ficam ao menos um outro cirurgião e instrumentador responsáveis para troca de equipamentos e auxílios. A parte do robô que fica em contato com o paciente consiste em quatro braços que recebem os comandos do cirurgião – o robô não possui inteligência artificial e não opera sozinho – e reproduzem com perfeição e segurança os exatos movimentos das mãos, sendo este o principal fator que torna esta cirurgia mais precisa que a cirurgia videolaparoscópica.

De acordo com Dr. Leonardo Welter, uma das principais vantagens desse tipo de cirurgia no tratamento do câncer é justamente proporcionar uma visão ampliada da próstata, em alta definição e em 3D, da região onde se encontra a glândula, o que permite reduzir o sangramento, retirar cânceres que poderiam passar desapercebidos e preservar o nervo responsável pela função erétil masculina.

Por ser minimamente invasiva, a cirurgia robótica proporciona menos dor no pós-operatório e menor sangramento intraoperatório, além de permitir que o paciente caminhe já no dia da cirurgia e receba alta cerca de 24 ou 48 horas após a operação. Mas para que o paciente possa se beneficiar é preciso que o diagnóstico seja feito precocemente pelo check-up anual, tendo em vista que o câncer de próstata não manifesta nenhum sintoma. “O principal sintoma do câncer de próstata é não sentir nada, quando ocorre dor nos ossos, dificuldade para urinar ou sangramento na urina, trata-se de cânceres muito avançados e que não permitem usufruir dos tratamentos curativos, apenas paliativos”, destaca o urologista.

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