DELÍRIO RUBRO DE LILO PASSAES
Delírio Rubro de Lilo Passaes
Fragmentos e pontas soltas da experimentação têxtil desenvolvidos a partir de uma pesquisa poética. Essa é em resumo a proposta da exposição Delírio Rubro, da artista plástica Lilo Passaes, que será aberta nesta quinta-feira, dia 28, às 19 horas, na Galeria do Multiespaço São Francisco 179 (Rua São Francisco, 179 - Centro Histórico).
Quando serão expostas 13 obras - pinturas, desenhos e instalações - que a artista define como anatomia das sensações. “Se as sensações fossem rastreáveis da mesma maneira que os órgãos, as células e os sistemas que nos formulam como corpo, como elas se materializariam?”.
A mostra tem entrada franca e pode ser visitada de terça a sábado, das 14 às 20 horas, e aos domingos das 14 às 18h, até o dia 16 de Janeiro.
Em Delírio Rubro, Lilo conta que desenvolveu sua própria tinta, um pigmento vermelho aguado que mancha o papel e o tecido de formas distintas, inclusive mudando de cor. “As tramas de fios são uma receita da minha avó, que me ensinou um ponto de crochê que utiliza os próprios dedos no lugar da agulha”. Ela explica que vem desenvolvendo uma pesquisa sobre escrita e leitura de poemas de forma compartilhada a partir de encontros semanais com a artista Vitória Gabarda, que convidou para escrever o texto que compõe a exposição.
Assim Delírio Rubro surge da leitura de um dos poemas de Laura Santos (1919-1981), poetisa paranaense que inspirou Lilo e Vitória numa aproximação através da escrita e da correspondência. “Nos anos 1980, a Secretaria da Cultura do Paraná reuniu sua obra poética no volume Poemas, contendo os livros finalizados em 1953: Sangue tropical, Poemas da noite e Desejo. Laura me marcou muito com sua investigação sobre o desejo, a carne e a negritude trazendo o corpo como linguagem; então selecionei alguns de seus poemas para serem manuscritos e exibidos na exposição, além de montar a instalação ‘Não há jardim por perto’ a partir do seu poema ‘Ilusão’".
Lilo é uma artista visual natural de São Bernardo do Campo (SP) que reside e trabalha em Curitiba (PR). Começou a pintar muito cedo: alguns quadros de natureza morta ou desenhos animados no ateliê de pintura na casa dos fundos da minha avó Marli. As experimentações têxteis surgiram a partir de retalhos de tecido e emaranhados de fio que minha avó Flora descartava das suas costuras. Com Graduação em Artes Visuais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lilo atuou em instituições culturais através de mediações culturais e oficinas de práticas artísticas, e desenvolveu uma pesquisa através da matéria têxtil, da viscosidade da tinta e do tensionamento dos espaços. Percorrendo os campos de pintura, desenho, escultura e instalação investigando as relações de permeabilidade entre o corpo, a palavra, o gesto e as sensações.
Serviço: Delírio Rubro. Exposição individual da artista visual Lilo Passaes, na Galeria do Multiespaço São Francisco 179 (Rua São Francisco, 179 - Centro Histórico).
Abertura na quinta-feira, dia 28, às 19 horas.
Visitação: de terça a domingo, das 14 às 20h (domingo até às 18h), até o dia 16 de janeiro de 2025.
Entrada gratuita.
Classificação indicativa: Livre.
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