MOMENTO SAÚDE E BEM-ESTAR: Mulheres devem estar atentas à saúde cardiovascular

MOMENTO SAÚDE E BEM-ESTAR: Mulheres devem estar atentas à saúde cardiovascular                                                                                                  


Fatores como menor massa cardíaca, questões hormonais e a síndrome do “coração partido” aumentam os riscos das doenças cardíacas nas mulheres 

 

Historicamente, as doenças cardiovasculares eram vistas como um problema predominantemente masculino. No entanto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, essas doenças são a principal causa de morte entre as mulheres. Fatores hormonais, mudanças no estilo de vida e sub-diagnósticos agravam o problema e subestimam os riscos.

O que está mudando? A carga mental e emocional das mulheres aumentou com a dupla jornada de trabalho e o estresse crônico impacta diretamente a pressão arterial e os níveis de inflamação no corpo. A médica cardiologista Bianca Prezepiorski, do Hospital Cardiológico Costantini, em Curitiba, explica que os fatores tradicionais para a doença cardíaca nas mulheres como o diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo devem ser observados, mas outros aspectos frequentemente desprezados como hipertensão e diabetes gestacional, doenças autoimunes, depressão, câncer de mama e parto prematuro devem ser levados em consideração.

As alterações hormonais como a menopausa reduz os níveis de estrogênio, que  protegem contra doenças cardiovasculares.  Outro aspecto hormonal relevante para agravar o problema é o uso prolongado de anticoncepcionais hormonais a influenciar a coagulação sanguínea e o risco cardiovascular.  

O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e a falta de atividade física aumentam o risco de obesidade e diabetes, fatores de risco para doenças do coração.  Houve ainda um crescimento do número de mulheres fumantes e do consumo de álcool, o que impacta diretamente a saúde cardiovascular.  

É importante fazer um alerta pois os sintomas de infarto nas mulheres nem sempre são clássicos, como a dor no peito intensa. Muitas vezes o infarto feminino resulta em fadiga extrema, dor nas costas e náusea, o que pode levar ao subdiagnóstico. Muitos protocolos médicos ainda são baseados em estudos feitos majoritariamente com homens, dificultando um atendimento mais eficaz às mulheres.  

É essencial alertar que mulheres também podem ter infartos e que seus sintomas são diferentes dos percebidos nos homens.  Também é importante incentivar mudanças de hábitos, como alimentação equilibrada, controle do estresse e exames periódicos.  


É de suma importância o acompanhamento médico na menopausa e a discussão sobre a necessidade de diretrizes específicas para a saúde cardiovascular da mulher.  


A Dra. Bianca traz ainda algumas diretrizes importantes, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia: mulheres tabagistas com menos de 55 anos têm o risco aumentado para infarto agudo em duas vezes mais que os homens; em mulheres que sofrem de infarto agudo as placas erosivas são mais frequentes; mulheres com a síndrome de Takotsubo ou síndrome do coração partido que pode levar à síndrome coronariana severa acontece 10 vezes mais em mulheres que nos homens; a doença coronariana arterial também pode acometer mais mulheres por vários fatores, entre eles o menor diâmetro da artéria coronariana e a menor massa cardíaca nas mulheres.





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