MOMENTO SAÚDE E BEM-ESTAR: Natação promove reabilitação física para mulheres em tratamento contra o câncer de mama

MOMENTO SAÚDE E BEM-ESTAR: Natação promove reabilitação física para mulheres em tratamento contra o câncer de mama em Paranaguá

Projeto do Coletivo Inclusão, em parceria com a Secretaria Municipal de Inclusão e o Instituto Peito Aberto ajuda pacientes a recuperar mobilidade dos braços, reduzir dores e fortalecer a autoestima após cirurgias e radioterapia

Todas as quintas-feiras, um grupo de mulheres em tratamento ou reabilitação de câncer de mama tem um encontro marcado com a água. Elas participam de aulas gratuitas de natação, oferecidas pelo Coletivo Inclusão, em parceria com a Secretaria Municipal de Inclusão de Paranaguá (SEMI) e o Instituto Peito Aberto, no Complexo Olímpico de Natação Nereu Gouveia. O projeto une esporte, saúde e acolhimento em uma atividade essencial para a recuperação física e emocional das pacientes. 

O foco é a ambientação aquática e iniciação ao nado, com movimentos leves e progressivos. As aulas são ministradas pela educadora física Cristiane Ferraz de Oliveira e, segundo ela, os resultados já aparecem: as alunas começaram a desenvolver o nado crawl, primeiro estilo básico de aprendizado.

Além da turma exclusiva para mulheres em tratamento, o Coletivo Inclusão oferece outras aulas de natação no local, voltadas para pessoas com deficiência física e intelectual, garantindo múltiplas frentes de inclusão dentro do projeto de Paradesporto da organização. 

Reabilitação

Após cirurgias para retirada total ou parcial da mama e do linfonodo axilar, um procedimento comum em casos de câncer,  muitas mulheres desenvolvem atrofia muscular, diminuição da mobilidade e dores crônicas nos membros superiores. A prática da natação é reconhecida por médicos e fisioterapeutas como uma das atividades mais eficientes para reabilitação dos braços e ombros. “A força de vontade que elas demonstram pela vida, pela oportunidade de realizar um esporte novo, é impressionante. No futuro, elas terão inclusive capacidade de competir, só depende delas. Fico grata de ter a oportunidade de fazer o bem para essas mulheres, levantar a autoestima e dizer que não estão sozinhas”, afirma Cristiane Ferraz de Oliveira, professora de natação do Coletivo Inclusão

História de superação                                                                                                                A empreendedora Carla Naizer Alves de Toledo, 49 anos, é uma das alunas da turma. Moradora de Paranaguá e dona de um ateliê de costura, ela levou um susto ao receber o diagnóstico em 2023, identificado durante um exame de rotina. Sem histórico familiar da doença, enfrentou cirurgia para retirada do nódulo, esvaziamento linfático da mama esquerda e 20 sessões de radioterapia no Hospital Erasto Gaertner. Hoje, faz acompanhamento e tratamento hormonal.

Carla conta que o pós-operatório trouxe dores, desequilíbrio físico e perda de mobilidade, especialmente no braço esquerdo: “Quando fazemos essa cirurgia, o braço trava porque tiram massa e parte da região linfática. Tive muitas dores. Os médicos disseram que, para evitar recidiva, eu precisava fazer exercício. Para mim não é opcional, faz parte do tratamento.”

A natação entrou como aliada: “Senti melhora na dor, na respiração e na movimentação dos braços. A gente acaba se olhando com mais carinho, entendendo que precisa cuidar de si.”

Instituto Peito Aberto                                                                                                                  Parceiro do projeto, o Instituto Peito Aberto é referência regional no apoio a mulheres com câncer de mama. Criado em 2013, inicialmente como grupo de apoio, tornou-se instituto no ano seguinte. Hoje, atende aproximadamente 100 pacientes, com mais de 50 voluntários entre fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, terapeutas, dentistas, assistentes sociais e profissionais de bem-estar.  

O Instituto também mantém um banco permanente de perucas e lenços para doação. “A iniciativa da natação surgiu porque algumas pacientes tornam-se pessoas com deficiência após a cirurgia devido à perda linfática e de movimento dos braços. O esporte ajuda na reabilitação e diminui riscos de recidiva. Já tínhamos remada, musculação e pilates, e agora conseguimos incluir a natação”, explica Fabiana Parro, vice-prefeita de Paranaguá e fundadora do Instituto Peito Aberto

Inclusão que transforma                                                                                                          O Coletivo Inclusão atua há mais de 11 anos na promoção do esporte, cultura e cidadania para pessoas com deficiência e grupos vulneráveis. Em Paranaguá, a natação é uma das práticas oferecidas, junto com as oficinas de musicalização, dança e capoeira para o público PcD. As aulas gratuitas devolvem movimento, reconhecimento, autoestima e convivência dos quase 300 alunos participantes.


Sobre o Coletivo Inclusão

O Coletivo Inclusão é uma  organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua desde 2013 na inclusão social e melhoria na qualidade de vida de pessoas com deficiência e pessoas em vulnerabilidade social promovendo ações culturais, esportivas, de saúde, assistência social e empregabilidade, de forma 100% gratuita. Os projetos culturais acontecem em parceria com APAEs e outras instituições no estado do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Saiba mais no site coletivoinclusao.org.br 

Serviço: Projeto de Paradesporto - Coletivo Inclusão - Aulas de natação para mulheres em tratamento ou reabilitação de câncer de mama                                                                            Local: Complexo Olímpico de Natação Nereu Gouveia                                                              Toda quinta-feira     

Fotografia: Cristiane Ferraz.                                                                            

Contato para entrevistas: Dani Brito (41) 9 9951-9083.

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