DEPOIS DA ESPANHA, LAS VIVAS CHEGA PARA CELEBRAR A DANÇA COM ARTISTAS SUL-BRASILEIROS
Depois da Espanha, LAS VIVAS chega a Curitiba para celebrar a dança com artistas sul-brasileiros e espanhóis
De 21 de julho a 11 de agosto a dança será apresentada com estreias e espetáculos inéditos e já consagrados em variados formatos durante a mostra ibero americana que vai ocupar o palco da Casa Hoffman
Após cinco anos de sua concepção, a LAS VIVAS - Plataforma IberoAmericana de Dança realiza sua primeira edição presencial no Brasil, escolhendo o palco da Casa Hoffman em Curitiba para a celebração da arte e da conexão cultural. A mostra, que acontece de 21 de julho até 11 de agosto, se configura como um verdadeiro ato político, buscando fortalecer a difusão da dança contemporânea, ao destacar artistas locais, do sul do país e internacionais, e identidades que transitam por diversos territórios e continuamente ultrapassam as linhas geográficas. “A proposta é criar um ambiente plural que explore as tensões entre semelhanças e distinções em pesquisas, corpos, estéticas e procedimentos criativos, resultando em olhares alinhados com os dias atuais”, conta Igor Augustho, diretor da Pomeiro Gestão Cultural, responsável pela realização do projeto.
A plataforma, idealizada e coordenada pelos produtores e artistas Igor Augustho (Brasil) e Mari Paula (Espanha), com co-curadoria da convidada Mariana Pimentel, articula sua programação em dois eixos centrais, onde a dança de resistência e novas perspectivas se destacam para movimentar a cena cultural da cidade.
Realizado com recursos do Fundo Municipal de Cultura de Curitiba, com incentivo do Instituto Joanir Zonta, o primeiro eixo da programação dá enfoque a uma mostra de espetáculos do sul do Brasil. A proposta é evidenciar trabalhos que, através do movimento, geram discussões políticas, de resistência e oposição à imagem muitas vezes conservadora atribuída aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “É um convite a olhar para a produção artística local com uma lente crítica e apreciar a potência de seus criadores”, comenta Mari Paula.
A programação se inicia com a participação das artistas internacionais: Luz Arcas e Poliana Lima, que vão conduzir oficinas voltadas à população curitibana. Enquanto Arcas trabalha com pessoas acima de 60 anos para criar a versão curitibana de sua premiada peça “La Buena Obra”, Poliana volta ao Brasil após mais de uma década para investigar o carnaval e o terror a partir do movimento. As duas imersões vão resultar em apresentações públicas no encerramento e na abertura da plataforma. “Ambas as criadoras têm trajetórias consolidadas e reconhecidas na Espanha, e estamos muito felizes em poder mostrar seus trabalhos para a cidade de Curitiba”, diz Mari Paula.
Além disso, a programação de LAS VIVAS reúne 4 espetáculos de dança criados no sul do Brasil: de Curitiba, “Sobrou Só o Corpo”, em que Princesa Ricardo Marinelli reivindica o corpo como protagonista da dança. Ao seu lado, também representando a capital paranaense, “Mimosa”, de Moira A., leva à cena um olhar sobre a animalização do corpo feminino, a partir da percepção de que o termo vaca, quando direcionado a uma mulher, torna-se pejorativo. De Santa Catarina, o artista Vitor Hamamoto realiza a estreia nacional de sua criação “Missing Names”, enquanto o coletivo gaúcho Quarta Parede, de Caxias do Sul, marca presença com “COMPLÔ Com Gente”. Para completar a programação, Poliana Lima apresenta o espetáculo “Extração”, um solo com música ao vivo, em que ela explora o corpo como espaço de memória e transformação. A partir da metáfora da escavação, a bailarina revela camadas do feminino, do erótico e do popular, em uma jornada sensível por identidades e heranças culturais.
Para Mari Paula “a presença dessa gama de artistas transcende uma perspectiva hegemônica ou puramente pedagógica; ao contrário, ela efetiva novos modos de a dança curitibana se ver de/por fora, movida por outras óticas e perspectivas, mas, ainda assim, reconhecendo a autenticidade da dança produzida aqui”. Todas as atividades vão acontecer na Casa Hoffmann, localizada no Largo da Ordem, em Curitiba, espaço que é referência internacional na investigação em corpo, dança e movimento.
O QUE É LAS VIVAS
Las Vivas - Plataforma IberoAmericana de Dança é uma plataforma idealizada e coordenada por Mari Paula e Igor Augustho que articula ações relacionadas à criações em dança no contexto IberoAmericano. Dentre os movimentos desenvolvidos pela plataforma, estão a difusão de espetáculos, a realização de intercâmbios entre artistas, promoção de rodas de conversa com fins de articulação de contextos e preservação da memória da dança, entre outros. Las Vivas, conta com a participação de mais de 40 gestores e artistas de toda a IberoAmerica, já teve edições online e presenciais (na Espanha) e, pela primeira vez, entre os meses de julho e agosto de 2025, promoverá seu primeiro encontro presencial, desta vez no Brasil, na cidade de Curitiba. Você pode saber mais sobre a plataforma em lasvivas.org.
SERVIÇO:
LAS VIVAS - PLATAFORMA IBEROAMERICANA DA DANÇA - EDIÇÃO CURITIBA - 2025
Data: 31 de julho a 10 de agosto
Horário: verificar programação
Local: Casa Hoffman (Rua Dr. Cláudio dos Santos, 58 - São Francisco - Curitiba)
Ingressos: Gratuitos - retirar uma hora antes na bilheteria
Informações: @plataformalasvivas | @pomeiro_
FICHA TÉCNICA LAS VIVAS
Idealização, Coordenação e Curadoria: Igor Augustho e Mari Paula | Curadora Convidada: Mariana Pimentel | Direção de Produção Pomeiro: Igor Augustho | Produção Executiva: Bruna Bazzo e Rebeca Forbeck | Assistentes de Produção: Hanon Arthur e Pedro Oliveira | Estagiária de Produção: Vanessa Vieira | Coordenação Logística: Juliani Carla Ribeiro | Coordenação Técnica: Wagner Corrêa | Cenotécnica: Fabiano Hoffmann | Design Gráfico: Pablito Kucarz | Assessoria de Imprensa e Redes Sociais: Bruna Bazzo | Estratégia de Marketing Digital e Videocreator: Gabriela Berbert | Gerenciamento de Tráfego Pago: Thays Cristine | Realização e Produção: Mari Paula e Pomeiro Gestão Cultural
EXTRAÇÃO
Poliana Lima | Espanha-Brasil | 18 anos | 50 Min.
Datas: 31 de julho às 19h30
Sinopse: Extração é um solo de dança contemporânea com música ao vivo que investiga o corpo como território de memória e transformação. Inspirada em Oro Negro (2022), a peça utiliza a metáfora da escavação para revelar camadas invisíveis, fantásticas e oníricas do corpo – explorando o feminino, o erótico e o popular a partir do olhar de uma mulher. O espetáculo propõe uma jornada sensível por identidades, heranças culturais e experiências intergeracionais, mostrando o corpo como um espaço instável, múltiplo e vivo.
Foto: divulgação
PRELÚDIOS PARA UM CARNAVAL
Poliana Lima I Brasil-Espanha I 18 Anos | 60 Min.
Datas: 1/agosto 19h30 | 2/agosto às 16h e 19h30 I 3/agosto às 20h15
Sinopse: Em sua residência artística em Curitiba, Poliana Lima, artista brasileira radicada na Espanha, inicia investigações para um novo trabalho, explorando o carnaval como um lugar mítico de confluência de personagens e a criação de uma comunidade efêmera-festiva. A obra celebra a potência transgressora do corpo e da carne.
Sobre a Artista: Poliana Lima é coreógrafa, bailarina e professora, com temas como identidade e memória recorrentes em suas criações. Com 8 obras completas e 6 curtas, Poliana foi artista associada do Conde Duque-Madrid e recebeu o prêmio Revista Godot Espanha como melhor intérprete de dança.
Foto: divulgação
SOBROU SÓ O CORPO
Princesa Ricardo Marinelli e Selvática Ações Artísticas I Curitiba - PR I 18 Anos I 40 Min.
Datas: 3 de agosto às 19h | 4 de agosto às 19h30
Sinopse: A performance questiona as possibilidades de performatividade quando "sobra só o corpo", explorando o desnudamento e as ficções que o corpo-materialidade-ancestral-futurística pode gerar.
Sobre a Artista: Princesa Ricardo Marinelli é artista do corpo, gestora cultural e educadora, com doutorado em Performances Culturais e mestrado em Educação. Gerencia a plataforma criativa "Sim, somos bizarras!" e integra a Selvática Ações Artísticas.
Foto: divulgação
COMPLÔ com gente
Quarta Parede I Caxias do Sul - RS I 18 Anos I 40 Min.
Datas: 5 e 6 de agosto às 19h30
Sinopse: A obra celebra a coletividade como espaço de vida, (re)existência e festa. Misturando o terror e o festivo, a performance explora a potência máxima dos corpos em movimento, unindo gerações e tempos distintos de artistas.
Sobre a Coletiva: O Quarta Parede, grupo de pesquisa continuada em dança dirigido por Gislaine Sacchet, celebra 24 anos de existência. O grupo busca constantemente novos territórios investigativos e linguagens, priorizando a relação e comunicação com o público.
Foto: Maurício Concatto
MISSING NAMES
Vitor Hamamoto I Florianópolis - SC I 18 Anos I 40 Min. I Estreia Nacional
Datas: 7 de agosto às 20h | 8 de agosto às 19h30
Sinopse: A performance se entrega ao fluxo do movimento, buscando significado no vazio e no caos. Explora a improvisação, a respiração como força motora e a não-pressa em atos de sacrifício, transformando o movimento em uma narrativa que dá sentido à vida.
Sobre o Artista: Vitor Hamamoto iniciou sua carreira como bailarino em 2009. Prioriza a improvisação e a respiração em sua linguagem. Foi premiado com o primeiro lugar no Internationales Solo Tanz Theater Festival com o solo autoral "Missing Names" em 2024 e é membro do Grupo Cena 11 Cia de Dança.
Foto: Hubert Lankes
MIMOSA
Moira A. I Curitiba - PR I 18 Anos I 20 Min.
Datas: 7 de agosto às 19h30 | 8 de agosto às 20h30
Sinopse: A performance explora o termo "mimosa", carinhosamente associado à vaca, e sua conotação pejorativa quando direcionado a uma mulher. Moira A. intensifica e desdobra o que o termo evoca, convergindo na figura da mulher-vaca ou vaca-mulher.
Sobre a Artista: Moira Albuquerque é artista e diretora de produção, atuante desde 2006. Integrante da Minha Nossa Cia de Teatro e da Cia Girolê, desenvolve criações autorais em performance e dança, investigando as animalidades no corpo feminino.
Foto: Lídia Ueta
LA BUENA OBRA
Luz Arcas I Espanha I 18 anos | 60 Min.
Datas: 9 e 10 de agosto às 19h30
Sinopse: Inspirada na obsolescência dos corpos e da memória, a performance aborda o esquecimento como processo biológico, histórico e cultural. A criação é protagonizada por pessoas curitibanas com mais de 60 anos, desafiando a noção de produtividade e margem na engrenagem cultural.
Sobre a Artista: Luz Arcas é bailarina, coreógrafa e diretora de palco, fundadora da companhia La Phármaco. Vencedora do Prêmio Nacional de Dança 2024 e reconhecida por diversas outras premiações, Arcas é também autora do livro "Pensei que dançar me salvaria".
Foto: divulgação.
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