A HIDRA RESGATA RESISTÊNCIA À DITADURA MILITAR
Livro de contos tem
lançamento nacional em Curitiba no dia 9 de Dezembro, na Livraria da Vila
O livro A Hidra – Contos de Exílio,
Clandestinidade e Resistência, de autoria da jornalista e educadora Marlene
Rodrigues, será lançado nacionalmente em Curitiba, no dia 9 de Dezembro de
2016, às 19h30, na Livraria da Vila no Pátio
Batel.
Patrocinado pela Itaipu Binacional,
produzido pela Unicultura e publicado pela Geração Editorial, o livro reúne 42
contos que resgatam a memória da resistência à ditadura militar (1964-1985). Os
contos são baseados em histórias verídicas ocorridas em diversas partes do
Brasil com pessoas anônimas e conhecidas, como Luiz Carlos Prestes, Sobral
Pinto, dom Paulo Evaristo Arns, Madre Cristina, Violeta Arraes, Enio Silveira,
Juruna, João Pedro Teixeira, Edson Flosi, Paulo Duarte e Gontran Guanaes.
As pessoas retratadas estiveram
envolvidas com o movimento de resistência ao regime militar. Muitas delas foram
presas, torturadas, exiladas ou condenadas a viver na clandestinidade. Entre
elas estavam trabalhadores, estudantes, cientistas, artistas, jornalistas,
professores, intelectuais, advogados, religiosos de várias crenças e militares
contrários às violações dos direitos civis e humanos.
“Este é um livro que nasceu do amor
por pessoas que em tempos dilacerantes deram sentido às suas vidas nas lutas
pelas liberdades”, afirma Marlene Rodrigues. “São acontecimentos reais vividos
por pessoas reais. À maioria emprestei minha subjetividade na tentativa
carinhosa de arrancá-los do silêncio, da solidão e da passagem do tempo”,
completa ela.
A ditadura militar brasileira, que não
pretendia inicialmente ser um estado de exceção por tanto tempo, investiu
fortemente na repressão que ganhou vulto, extensão e alcance no confronto com os
resistentes. É por isso que a autora lança mão da imagem da hidra, o monstro da
mitologia grega cujas sete cabeças de serpente se multiplicam em proporção
geométrica à medida que são cortadas. “Quanto mais se lutava pela democracia,
mais repressão e desespero aconteciam. Tudo para aniquilar a resistência”,
ressalta a autora. É pela perspectiva da resistência que os inúmeros braços
repressores do regime se revelam ao leitor.
A AUTORA - Marlene Rodrigues iniciou-se no
jornalismo nos Diários Associados em 1968, pouco antes do AI-5, cobrindo
o movimento estudantil e, mais tarde, a situação funcional e política dos
cientistas da Universidade de São Paulo, que culminou com o exílio de muitos
deles. Dois anos mais tarde, passou a trabalhar no jornal Folha de S.
Paulo, quando cobriu especialmente a reforma universitária do governo
militar e esteve sob a chefia de Perseu Abramo, Cláudio Abramo, João Batista
Lemos e Alexandre Gambirasio. Também participou de grandes reportagens da
antológica revista Realidade. Como professora universitária, iniciou a
carreira na mesma época na Faculdade de Belas Artes de São Paulo e na Fundação
Santo André.
A autora também planejou, criou e deu
início à Imprensa Universitária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em
1979, durante a anistia política. Mais tarde, já na redemocratização do país, em
1988, criou e dirigiu a Coordenadoria de Pesquisa e Ensino Artístico da
Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.
Mestre em Educação, pedagoga,
psicóloga com especialização em Psicanálise e terapeuta de orientação própria e
independente, Marlene Rodrigues escreveu inúmeros ensaios e continua vinculada
ao jornalismo e à psicologia, aos quais se somam ainda a arte e a filosofia. Aos
75 anos, permanece engajada nas lutas sociais por melhor educação do ensino
fundamental à formação universitária. Vive em uma área da Mata Atlântica no
interior do Paraná, onde se dedica à preservação de espécies vegetais em
extinção e à proteção da vida silvestre local.
SERVIÇO:
Livro: A Hidra – Contos de Exílio,
Clandestinidade e Resistência
Marlene Rodrigues, Geração Editorial,
2016, 198p.
Tiragem: 2 mil
exemplares
Preço: R$ 29, 90
Lançamento
Data: 09/12/2016, às
19h30
Local: Livraria da Vila
Shopping Pátio Batel – Lj. 314,
L3
Avenida do Batel, 1868 – Batel –
Curitiba – PR
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