JOÃO ALMINO LANÇA LIVRO EM CURITIBA
Nesta sexta-feira (3), a partir das 19h, o escritor e diplomata
João Almino lança na Livraria
da Vila (Pátio Batel) seu livro "Entre facas, algodão".
Almino foi empossado em Julho
imortal da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 22, antes do
cirurgião plástico Ivo Pytangui, falecido no ano passado.
De seus seis romances (“Ideias para onde passar o fim do mundo”,
“Samba-enredo”, “As cinco estações do amor”, “O livro das emoções”, “Cidade
livre” e “Enigmas da primavera”), os cinco primeiros são ambientados em
Brasília, a cidade em que João Almino viveu
por mais tempo: entre idas e vindas são 12 anos.
No campo da não-ficção, Almino escreveu
ensaios literários e obras de história e filosofia política que se tornaram
referência na análise da democracia e do autoritarismo, como “Os democratas
autoritários” (1980), “A idade do presente” (1985) e “Era uma vez uma Constituinte”
(1985).
O autor é casado com a artista plástica paranaense Bia Wouk.
Confira a orelha de "Entre facas, algodão", escrita por Cristovão Tezza: "Se é verdade que toda grande cidade só se torna adulta quando tem romancistas que a representam, a jovem Brasília está madura: com obras como Cidade livre, O livro das emoções e Enigmas da primavera, JoãoAlmino vem construindo um painel romanesco contemporâneo que colocou a capital do país no mapa da prosa literária brasileira. Não é uma Brasília de terno e gravata, ou a Brasília oficial e gelada do poder político. O talento narrativo de João Almino tem sempre uma forte raiz popular, que une o estro do bom contador de histórias com o pano de fundo de uma cidade cuja essência ainda é, de fato, o Brasil inteiro".
"Neste Entre facas, algodão, acompanhamos o diário de um
homem que, aos 70 anos, se separa da mulher, sai de Taguatinga e volta à sua
infância geográfica e mental. Ainda criança, viu o seu pai ser assassinado
(“sangue, muito sangue”), e sente vazios da memória e do afeto que ele precisa
recompor para dar um sentido renovado à sua vida. Vivendo só, longe de seus
três filhos, compra a fazendola “Riacho Negro”, o teatro de sua formação, e
mergulha na missão sempre tentada e sempre impossível de recuperar o tempo que
se perdeu".
"No projeto tardio, há o sopro e o motor insidiosos da
vingança. A modernidade instantânea de quem usa Whatsapp e se sente à vontade
no computador é vivida lado a lado com a sombra pesada de um universo arcaico e
aterrador: é preciso vingar o pai, este mote inescapável da cultura atávica da
violência.
Ao mesmo tempo, trata-se de uma história clássica de amor e família, de sentimentos fraturados. Este fundo emocional, temperado pela linguagem direta, pelo poder literário da oralidade, recriada com uma tranquila nitidez, dá ao romance de João Almino a sua marca estilística, de intensa leveza narrativa — a dádiva do texto que, pela empatia, nos prende da primeira à última página".
Ao mesmo tempo, trata-se de uma história clássica de amor e família, de sentimentos fraturados. Este fundo emocional, temperado pela linguagem direta, pelo poder literário da oralidade, recriada com uma tranquila nitidez, dá ao romance de João Almino a sua marca estilística, de intensa leveza narrativa — a dádiva do texto que, pela empatia, nos prende da primeira à última página".
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