GRUPO TERRA SONORA LANÇA O DISCO IMIGRAÇÃO
O grupo Terra Sonora está lançando o oitavo
disco de carreira – Imigração - com temas musicais de 21 países da
América do Sul, Ásia, África, Europa que imigraram para o Brasil,
principalmente para o Paraná. O resultado traz um mosaico sonoro, com 34
composições, que viaja pela música tradicional de várias etnias, ao lado de um
material inédito do grupo que foi produzido para o trabalho anterior, Migração,
que contemplou a musicalidade de todos os Estados brasileiros. Neste novo disco
o Terra Sonora, além dos sete músicos do grupo, contou com a participação de
mais 17 instrumentistas convidados e de um coral infantil com 23 crianças do
Projeto Garoto Cidadão.
O músico Plinio Silva, diretor musical do
Terra Sonora, conta que a “liga” do Terra Sonora é mais da diversidade
geográfica que foi apresentada nos primeiros seis discos de carreira. Ele
lembra que no sétimo CD, Migração, gravaram somente músicas brasileiras
e no processo de criação daquele disco surgiu a ideia do novo trabalho, Imigração, com
temas sobre etnias e culturas que vieram para o Brasil.
“Agora esse trabalho traz uma proposta
aberta com europeus, africanos, ocidentais, latino americanos em 34 faixas que
inclui também temas brasileiros que não foram explorados no Migração –
que dá um chão e cenário destas culturas que vieram para cá. Eu não quis gravar
só músicas de outras culturas para não ficar parecido com discos anteriores do
Terra Sonora. Como eu tinha material não usado no Migração pensei que
precisava dar vazão aquele material que naturalmente conversava com a proposta
da Imigração” explica.
O processo de seleção de repertório partiu de várias músicas que
Plinio recolheu ao longo da trajetória do Terra Sonora. A pesquisa final, foi
preparada durante um ano e o encarte do CD traz informações sobre cada um dos temas
gravados, com um pequeno verbete explicativo e um mapa apontando os países que
foram gravados. Plinio lembra que quando estava selecionando os temas com a
“roupa” do Terra Sonora percebeu que eles extrapolavam a sonoridade do grupo e
buscou somar outros instrumentos. Foi então que convidou alguns músicos para
participarem do projeto. O disco virou uma celebração musical.
“A maior parte destes convidados eu já tinha trabalhado antes – em
formações como os grupos Bayaka e o Omundô. Nós estamos num momento musical
delicado com tudo meio parado e eu chegava para eles e fazia uma proposta sem
remuneração, mas em compensação prometia momentos legais e que gostaria que
eles participassem. Todos aceitaram e gravamos o disco em um mês”, comemora.
Para Plinio – nas vésperas de completar 25 anos de estrada com o
Terra Sonora – esse foi o ápice da sua formação musical. “Representa a
continuidade do trabalho do Terra Sonora, com uma série de simbolismos e ainda
a aceitação dos músicos participarem acreditando na minha viagem”. No estúdio
os convidados ficavam sozinhos para gravar suas participações.
“A orientação era me chamar somente quando achavam que tinham
gravado a ‘boa’. Era um crédito de confiança. Não houve necessidade de mudar
nada. No final percebi que em cada músico havia um sorriso revestido de
generosidade”, recorda agradecido. Outro momento muito especial foi a
participação de um coral infantil. “Eu convidei minha amiga Ligia Passos,
responsável pelo grupo Projeto Garoto Cidadão em Araucária, que veio com um
grupo vocal de 23 crianças. Eles gravaram uma música tradicional do Equador que
ficou lindo”, elogia.
Sobre cada participação Plinio disse que daria para contar uma
história especial. Mas uma das faixas mais emblemáticas deste novo trabalho foi
a música da Ilha de Páscoa (Chile). Inicialmente pensada para ser registrada
apenas com a viola caipira do Rogério Gulin e voz da Liane Guariente. “Depois
que eles gravaram a base eu resolvi colocar uma flauta. E, de repente, me bateu
uma saudade intensa do meu irmão – que morreu há oito anos - e foi um dos meus
grandes incentivadores. Ele tinha muita vontade de conhecer a Ilha de Páscoa
mas não conseguiu. E quando a música começou, ao invés de tocar a flauta, eu
comecei a cantar. Um contracanto em cima da voz da Liane. Foi de primeira, no
improviso. E deu certo. Eu não sou cantor mas a voz surgiu de forma espontânea,
precisa, e no fim eu terminei em lágrimas”, lembra emocionado.
Sobre a trajetória do grupo ele garante que
nesses 24 anos há uma cumplicidade muito grande entre os músicos. Uma
integração muito legal que faz com que algumas situações musicais se resolvam
na hora da gravação. “O Terra é um grupo voltado a busca e pesquisa de
repertório. Cada trabalho é um aprendizado – tem que ter uma vocação para fazer
música em grupo”, finaliza.
Serviço: Imigração – Lançamento do novo
disco do grupo Terra Sonora. Sexta-feira, dia 14, às 19 horas, e sábado dia 22,
às 12 horas, no Auditório Nhô Belarmino e domingo, dia 16, às 11h30, na Praça
Jacob do Bandolim. Espaços do Conservatório de Música Popular Brasileira (Rua Mateus Leme, 66 – Centro Histórico). Entrada franca.
Classificação etária: Livre. Duração 65 min. informações: (41) 3229-4458.
Produção Horácio De Bonis.
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