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A fim de criar uma ponte entre as pessoas que precisam de ajuda e que querem ajudar, a ONG pretende arrecadar
R﹩500.000 em doações em dois meses
Um ano depois, a pandemia do coronavírus segue
mais grave, impactando vidas e aumentando desigualdades. O número de
pessoas em situação de extrema pobreza dobrou no Brasil em 2020,
atingindo 12,8% da população (FGV, 2021). Cada vez mais brasileiros se
encontram em situação de fome, cenário agravado pelo aumento do
desemprego, que já atinge 13,9 milhões de pessoas (IBGE, 2020).
Enquanto isso, as doações financeiras caíram 66%. O dado é da
Gastromotiva - a ONG que promove ações de impacto social por meio da
gastronomia em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, que assim como
outras organizações está com dificuldades para continuar a prestar
serviços para diferentes comunidades. Com a urgência da situação e
observando a população das favelas, onde 68% dos moradores não
têm dinheiro para comprar comida (Data Favela, 2021), a Gastromotiva
lança a campanha Chega de Fome para arrecadar fundos para a causa.
O valor arrecadado, via pix ou da plataforma
online de doação acessada pelo site da ONG, será aplicado nas Cozinhas
Solidárias, projeto que produz quentinhas e distribui para quem está sem
comida, e para o Banco de Alimentos, onde a Gastromotiva recebe
doações de alimentos e os repassa para outros projetos, organizações e
aparelhos socioassistenciais parceiros, como
o Covid Sem Fome e o Projeto Ruas, ambos da região central do Rio de Janeiro.
Desde o começo da pandemia a Gastromotiva já serviu
mais de 900 mil refeições nutritivas para pessoas em situação de
vulnerabilidade social e resgatou mais de 220 toneladas de alimentos.
Com o projeto Chega de Fome a expectativa é de atender mais de 2 milhões
de pessoas.
"Estamos há 1 ano operando as Cozinhas Solidárias.
O número de pessoas com fome aumentou, enquanto o auxílio
minguou. Ouvi essa semana dos nossos cozinheiros e cozinheiras sociais
que estão atuando na linha de frente que, se antes com auxilio já
estava difícil sobreviver, agora as pessoas não tem de onde tirar o
dinheiro. Muitas estão desempregadas, algumas recebendo uma cesta
básica, mas sem dinheiro para o gás de cozinha. No começo da pandemia
havia também mais pessoas distribuindo quentinhas. Não há
perspectiva de melhora e as famílias estão fragilizadas e desamparadas.
As Cozinhas Solidárias levam comida de qualidade, contribuindo
não só para o fortalecimento da imunidade dessas pessoas, mas sendo uma
forma de esperança. Os cozinheiros e cozinheiras sociais são
agentes de mudança e transformação", comenta David Hertz, chef,
idealizador e presidente da Gastromotiva.
Fundada no Brasil em 2006 pelo chef e empreendedor
social David Hertz, a Gastromotiva tem como missão transformar a vida
de pessoas e comunidades através da comida. A partir da experiência
acumulada em mais de uma década de trabalho no Brasil, México e El
Salvador, a organização contribui para geração de impacto social
positivo nos locais em que atua e cada vez mais amplia sua visão e
ação global de cooperação com os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável da ONU. A Gastromotiva já formou gratuitamente 6.000 jovens
para o mercado de trabalho, ofereceu educação nutricional para mais de
100.000 pessoas e resgatou do desperdício mais de 220 toneladas de
alimentos que foram ressignificados em mais de 900.000 refeições
gratuitas para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
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