PROTEÇÃO AFETIVA AJUDA NO COMBATE AO ABUSO INFANTIL
Evento sobre
Apadrinhamento Afetivo marca o Dia Nacional de Luta Contra o Abuso e Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes
Segundo Ferreira, a
reconstrução de laços afetivos é um dos principais desafios de qualquer
instituição que abriga menores em situação de risco e vulnerabilidade social. "A
maioria chega na instituição desconfiando de tudo e de todos. Reagem muitas
vezes de forma violenta para se defender. Muitos já sofreram toda sorte de
violência. Por isso, mais que abrigo, alimentação, roupa e educação, o que temos
que oferecer a essas crianças é carinho, amor e estrutura emocional",
afirma.
A Associação
Comunitária Presbiteriana (ACP) e o projeto Recriar promovem no próximo sábado,
dia 18, um seminário sobre Apadrinhamento Afetivo, com o objetivo de
sensibilizar famílias a dar suporte afetivo a crianças e adolescentes que se
encontram no sistema de acolhimento institucional. O evento é gratuito para
todos os interessados e será realizado das 9 às 12 horas, na sede da ACP (Rua
Comendador Araújo, 343 - Centro).
O Dia Nacional de
Luta Contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi
instituído pela Lei 9.970/2000, numa referência à menina Araceli Cabrera Sanches
que no dia 18 de maio de 1973, aos oito anos de idade, foi drogada, espancada,
estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Muitos
acompanharam o caso, mas poucos tiveram coragem de denunciar e o silêncio
resultou na impunidade dos criminosos.
Segundo Renan Gustavo
Costa Ferreira, coordenador do Lar Hermínia Scheleder, uma das instituições
mantidas pela ACP, situações como a de Araceli são frequentes e muitas vezes
começam com pequenos abusos ou atos de violência dentro da própria família. "Ao
ver que os adultos se calam diante da violência, as crianças também acabam se
fechando em silêncio. Somente a segurança proporcionada pelo afeto e por laços
de confiança fazem com que a criança restabeleça a própria autoconfiança. Por
isso, o apadrinhamento afetivo de crianças e adolescentes institucionalizados é
tão importante para o crescimento e desenvolvimento delas", destaca.
O objetivo do
seminário é justamente o de envolver pessoas e famílias da sociedade civil nesse
suporte emocional e afetivo para as 40 crianças e adolescentes atualmente
acolhidos pelo Lar Hermínia Scheleder e outras centenas em demais ONGs em
Curitiba e Região Metropolitana. "Dependemos de pessoas de fora do sistema de
acolhimento institucional para oferecer esse suporte, de forma a criar laços
afetivos que se serão levados para toda a vida das crianças e adolescentes e não
apenas durante o período de abrigamento", explica o coordenador do Lar.
Um exemplo claro da
eficiência e necessidade do Apadrinhamento Afetivo no desenvolvimento de
crianças e adolescentes é o da jovem Fabíola dos Santos, hoje com 19 anos. Ela
chegou ao Lar Hermínia Scheleder com 9 anos de idade. Nesse período, foi
apadrinhada pelo casal Ana Paula e Pedro Emílio Bozza. Hoje, trabalhando e
estudando Biotecnologia na Universidade Tuiuti, Fabíola vive com os padrinhos,
cujos laços foram criados ainda no período de abrigamento.
Para mais informações
sobre o seminário, acessem os sites www.acpcuritiba.org.br ou www.projetorecriar.org.br ou liguem para (41) 3562-7498, no
Lar Hermínia Scheleder
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