MÚSICA FRANCESA PARA CRAVO E PIANO DE INGRID MÜLLER SERAPHIM
A cravista e pianista
Ingrid Müller Seraphim sobe com músicos amigos ao palco da Capela Santa Maria,
dia 23, às 20 horas, para lançar o álbum duplo “Música francesa para cravo e
piano”, com obras dos barrocos Rameau e Couperin e dos impressionistas Debussy e
Ravel. “Música francesa para cravo e piano” foi produzido pela Lei Municipal de
Incentivo à Cultura, com incentivo cultural da Caixa Econômica Federal.
O repertório do CD nasceu
do desejo de Ingrid gravar a obra de Claude Debussy, que a acompanhou por toda a
vida. Mas trazer em um mesmo CD também obras de Ravel e dos compositores Rameau
e Couperin surgiu do produtor Alvaro Collaço. “É a síntese da carreira de
Ingrid, que se dedicou tanto ao piano quanto a Música Antiga”, destaca Collaço,
que diz ter a ideia vindo sob inspiração do cravista e regente Roberto de
Regina. “Ele sempre falava que os dois impressionistas – Ravel e Debussy – se
inspiravam em Rameau e Couperin”, lembra Ingrid. O resultado da empreitada é um
perceptível diálogo entre os expoentes das duas escolas – barroca e
impressionista –, comenta ela.
Ingrid Müller Seraphim iniciou-se no piano com cinco
anos de idade. A partir da adolescência, foi premiada em vários concursos,
apresentando-se então como solista de orquestras importantes. Para ela, começa
aí sua carreira profissional. Por mais de 30 anos lecionou piano na Embap-
Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
O
cravo ingressou na vida da musicista em 1967, quando foi presenteada com um pelo
marido. Pôde então executar o repertório barroco que já conhecia. “Era excelente
tocar Bach no cravo; aí comecei a pensar numa camerata, fui chamando as pessoas
e a Fundação Cultural de Curitiba nos acolheu.” Foi assim que, em 1974, criou a
Camerata Antiqua de Curitiba, trazendo do Rio de Janeiro para a cidade o maestro
Roberto de Regina, personagem fundamental na história do grupo. Ingrid coordenou
a Camerata por 26 anos. A subvenção oficial foi de grande valia para que o grupo
se estabelecesse. Durante esse período criou a Oficina de Música, em 1983.
Sobre o álbum que
será lançado, a cravista e pianista explica que as sessões de gravação foram
além do previsto: “sem perceber, gravamos mais do que tínhamos intenção”. Então
surgiu a ideia de se fizessem dois discos, cada qual com um instrumento. Afinal,
foi um processo trabalhoso, pois tanto o piano quanto o cravo exigem muito na
execução.
Ingrid, beirando 70
anos de carreira artística, afirma que as emoções são muitas com o envolvimento
desse projeto. “Tocando cravo penso: que coisa mais linda, tenho que tocar mais
cravo. Depois vou para o piano, mas esse foi o meu primeiro instrumento desde os
cinco anos, quero tocar mais... Então fico assim”.
Ao ouvir as gravações, ela
se surpreendeu com o que ouviu. Ressalta: “Esta é uma boa memória do meu
trabalho, e ao mesmo tempo da Betty (sua filha) que escreveu os textos do
encarte. Ele também traz quadros da minha mãe, Elza Weimar Müller, fotos antigas
e na capa do álbum tem ao fundo a imagem dela. Então é todo um conjunto de
coisas importantes para mim, e um resumo da minha vivência na música, que me
acompanhou por toda a vida. Não é uma coisa unilateral, é mais ampla”. O álbum
foi produzido por Alvaro Collaço, gravado no Estúdio Trilhas Urbanas e traz no
encarte textos de Elisabeth Seraphim Prosser, além de fotos históricas e de
Julio Covello. A direção de arte é de Adalberto Camargo.
Repertório
No CD dedicado aos barrocos constam, entre outras,
“Tambourin”, “Rigaudon” e “La poule”, de Rameau; “Les roseaux”, “Les papillons”
e “Les ondes”, de Couperin. No disco dedicado aos impressionistas encontram-se,
além de outras, “Claire de Lune”, “Minstrels”, “Les collines d’Anacapri”,
“Hommage à Rameau”, de Debussy, “Sonatine” e “Rigaudon” de “Le tombeau de Couperin”, de Ravel.
O concerto de lançamento
terá um repertório variado, abrangendo outros compositores. As obras são de
Quantz, Bach, Debussy, Delibes, Fauré, Velasquez, Duruflé e Villa-Lobos.
Participações de Paulo Mestre, Elisabeth Seraphim Prosser, Zélia Brandão, Maria
Alice Brandão e Collegium Cantorum – Coro Feminino, tendo a regência da
maestrina Helma Haller e ao piano Clenice Ortigara. Porém, Ingrid Müller
Seraphim celebrará esse encontro afetivo-musical tocando cravo e piano,
companheiros de toda uma vida.
Serviço: Concerto de lançamento do álbum
duplo “Ingrid Seraphim – Música francesa para cravo e piano”, dia 23, às 20
horas, na Capela Santa Maria (Rua Conselheiro Laurindo, 273). Participações
especiais de Paulo Mestre, Elisabeth Seraphim Prosser, Zelia Brandão, Maria
Alice Brandão, Collegium Cantorum – Coro Feminino, sob regência de Helma Haller.
“Música francesa para cravo e piano” foi produzido pela Lei Municipal de
Incentivo à Cultura, com incentivo cultural da Caixa Econômica Federal. Produção
de Alvaro Collaço Produções. Ingressos no local: R$ 10,00.
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